Instituto Aromeiazero lançou pesquisa sobre a experiência adquirida em 3 anos de atuação na cidade; Estudo contém dados demográficos, econômicos e de infraestrutura cicloviária na região
Em webinar realizado hoje (27) no Youtube do Instituto Aromeiazero, foi lançado um estudo com base em todo o trabalho feito pela ONG através do Pedala Macaé. O Instituto buscou mensurar o impacto da bicicleta na economia local, bem como fornecer informações relevantes sobre políticas públicas e planejamento urbano para gestores públicos, membros da sociedade civil e ciclistas.
A mobilidade urbana sustentável ganha cada vez mais relevância no cenário brasileiro. A bicicleta, como meio de locomoção ecologicamente correto e acessível, desempenha um papel fundamental na promoção de cidades mais saudáveis, eficientes e inclusivas.
O presente estudo tem conexão com as dimensões propostas pela Organização das Nações Unidades (ONU): Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parcerias. Nele será possível encontrar a análise cicloviária de Macaé, economia da bicicleta – redução de custos de transporte e impulsionamento do crescimento do comércio local, bem como histórico do trabalho realizado pelo Instituto Aromeiazero na cidade durante 3 anos.
“A gente está muito acostumado a trabalhar só com cidades grandes e, com isso, as cidades médias e pequenas ficam com a sensação que não tem dados e nem nada o que se possa fazer. Além disso, estamos muito acostumados a medir a questão ambiental só com dados de emissões de poluentes, sendo que na verdade temos articulações, e elas são super importantes nesse processo. Pois, antes de termos a mensuração final de um número, temos um monte de gente trabalhando”, comenta Glaucia Pereira, da Multiplicidade. “São muitas frentes de trabalhos em todas essas dimensões. Tanto é que começamos o trabalho como economia da bicicleta e depois vimos que Macaé era tão rica que trocamos para economia e cultura da bicicleta a fim de trazer essa sinergia de coisas que acontecem pela cidade.
Foi através do projeto, que o Instituto Aromeiazero promoveu uma série de atividades na região que contribuíram para resgatar na cidade a cultura da bicicleta e seus benefícios, e promoveu aos moradores: geração de renda, cidadania, educação ambiental, mobilidade urbana e muito mais.
A maioria das atividades aconteceu no Bicibase, um centro comunitário no bairro do Parque Aeroporto. Com o Pedala Macaé, através do Viver de Bike, foram capacitadas 240 pessoas em 2023, impulsionados 16 projetos entre 2022 e 23 através da Bikeatona e recuperadas mais de 330 bicicletas com o Bike Parada Não Rola. O Instituto ainda apoiou a instalação de 900 novos paraciclos pela cidade ,trabalhou com o poder público para melhorar a estrutura cicloviária da região e colaborou na criação de uma Frente Parlamentar da Bicicleta com 3 vereadores atuantes. Também realizou o plantio de mudas de árvores nativas ao longo da ciclovia e realizou o Rodinha Zero, projeto que ensina crianças a pedalar. Durante todo esse tempo, a iniciativa provou que instituição privada, terceiro setor e governo podem promover mudanças significativas na sociedade.
E por falar sobre ciclovias e ciclofaixas, vale ressaltar a importância dessas infraestruturas no incentivo de novas pessoas a pedalar e no aumento da segurança viária.
De acordo com a pesquisa, 29,4 km é a extensão cicloviária que Macaé tinha em dezembro de 2023, sendo 9,2 km em andamento e 62km a extensão total da rede planejada no Plano Municipal de Mobilidade Urbana de Macaé, de 2015. Já sobre Bicicletários e Paraciclos públicos, a pesquisa mostra como são importantes para incentivar o comércio. No que diz respeito à arborização, o estudo mostra que 54,5% das quadras contém árvores. Em setembro de 2023, o Pedala Macaé em parceria com a Secretaria de Ambiente e Sustentabilidade plantou 40 mudas de árvores nativas ao longo da ciclovia da Linha Vermelha.
A representante da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico de Macaé/R, Mariana Previtalli, agradeceu a todos que fizeram parte do projeto e ressaltou a importância da Bikeatona, maratona de inovação social que apoia, através de formações e recursos financeiros, ideias, projetos e negócios que utilizem a bicicleta para fortalecer territórios de baixa renda no Brasil. Ela também agradeceu a Renata Cirilo, pessoa responsável por coordenar o Pedala Macaé durante esse tempo, por toda articulação feita e, também trouxe um pouco do olhar da Prefeitura para a região. “Este material vai possibilitar o pensar sobre melhorias a serem feitas. Precisamos pensar em trânsito e ciclofaixas, para melhorar a economia da cidade. Esses movimentos vão alavancar outras ações. Fazer parte de tudo isso foi muito importante para nós”, declarou Mariana.
A trajetória de Macaé no fomento ao ciclismo e às atividades correlatas é uma narrativa em construção, ainda em estágio inicial, apesar do uso da bicicleta ser expressivo.
“Macaé demonstra um enorme potencial no uso da bicicleta, mas é necessário que instituições públicas, privadas e iniciativas comunitárias se unam para explorar o melhor do modal e oferecer infraestrutura adequada para promover o seu uso. Queremos, com essa pesquisa, chamar a atenção de todos para o comprometimento com a qualidade de vida e sustentabilidade urbana”, comenta Juliana DeCastro do Instituto Aromeiazero.
A pesquisa completa está disponível através do link.
Sobre o Aromeiazero
O Instituto Aromeiazero é uma organização sem fins lucrativos que utiliza a bicicleta para reduzir as desigualdades sociais e contribuir para tornar as cidades mais resilientes. O Aromeiazero conta com o patrocínio institucional do Itaú Unibanco, além de leis de incentivo, sendo grande parte das ações em periferias e comunidades vulneráveis. Desde 2011, as iniciativas do Aro promovem uma visão integral da bicicleta, potencializando expressões culturais e artísticas, geração de renda e hábitos de vida saudáveis.